Desenvolvimento pessoal
Pode-se dizer que a partir da adolescência a personalidade já
está formada, no entanto, ela é fruto da nossa herança genética, da família em
que fomos educados, das pessoas com que nos cruzámos e que, de uma maneira ou
de outra, foram determinantes para o nosso desenvolvimento, da cultura em que
nos inserimos; ou seja, do nosso meio. Claro que não somos simples recetáculos
da informação que nos chega através das nossas portadas sensoriais somos, como
bem nos lembra Jean Piaget, seres activos no nosso desenvolvimento.
Quando adultos, muitos de nós abdicam dessa tarefa e o
desenvolvimento adquirido por imposição do meio como crenças, valores,
objetivos não se questionam e é aí que se
tornam definitivos mesmo que sejam ineficazes, falsos inadequados. Eles tornam-se
parte de nós, confundimo-nos com eles e muitas vezes nem nos apercebemos que não
fomos assim tão ativos nas escolhas da nossa vida; que somos quem somos quase
por acaso. Quando nos consciencializamos desse facto, muitos de nós desenvolvem
uma vontade irreprimível de mudança, uma necessidade de se construírem, agora
sim, por vontade própria, um renascer… é para esses, para os que se querem
construir por si próprios que escrevo hoje.
Depois da consciencialização que é talvez o passo mais difícil,
vem a desconstrução, o questionamento dos valores e crenças aprendidos, o desenvolvimento
do espírito crítico, o saber onde se está e para onde se quer ir apesar de
haver quem se oponha; enfim, a construção de um novo eu agora completamente fruto
da nossa vontade. Não importa a idade, quando tomamos consciência que muitas
das nossas limitações são aprendidas, que não têm o mínimo fundamento, podemos
ganhar as asas que nos cortaram e ir em busca dos nossos sonhos, do que nos faz
verdadeiramente felizes e preenchidos. O nosso verdadeiro eu pega finalmente o
leme e dá um rumo ao barco que até ao momento apenas se deixava levar ao sabor
do vento.
Acontece uma revolução nem sempre bem aceite – pelo menos no
inicio - pelos que nos rodeiam, mas nós
somos finalmente livres, de preconceitos, de imposições, de maneiras de ser e
de estar que tantas vezes nos oprimem; agora mais leves, caminhamos pela vida
que vamos construindo e que é finalmente a nossa e não a dos outros. Que sensação
de viver! Que liberdade! Que felicidade sermos finalmente quem queremos ser.
É esta a essência do desenvolvimento pessoal; fortalecermos o
nosso eu para que comande a nossa vida. Descobrimos os nossos pontos fortes, o
que realmente tem valor para nós, o que queremos manter da nossa “velha” vida e
o que não nos serve mais, o que podemos fazer embora nos tenham dito que não
seríamos capazes. Adquirirmos uma nova maneira de pensar, mais eficaz, vivemos
agora intensamente e muitos dos que inicialmente, por vezes também por medo,
nos desincentivaram são agora os primeiros a reconhecer o nosso valor e a dar o
seu apoio ao novo ser que, triunfante, emerge.
Estes novos hábitos e atitudes vão finalmente fazer com que
nos cruzemos com as pessoas certas e já não mais por acaso, mas por necessidade
pois temos uma intenção que nos impele para o que queremos e nada nem ninguém
nos impedirá.
E você? Já sabe quem é? Quem quer ser? O que realmente quer
fazer da sua vida? Desamarre os nós que
o prendem a uma vida sem finalidade e viva plenamente a sua vida porque tudo
indica que só temos esta…
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