O Japão atual cada vez se afasta
mais dos ideais e valores dos seus antepassados, dos Samurais com a sua honra,
aos bravos heróis que levantaram o país após a segunda guerra mundial; os
japoneses parecem querer desistir, entregam as armas, parecem exaustos e esta
guerra não é contra um invasor mas contra as sua próprias mulheres.
Os japoneses atuais preferem um
canto solitário, numa qualquer loja especializada em sexo virtual e que hoje em
dia abundam na capital – Tóquio - onde
dão azo à imaginação e libertam as suas fantasias sexuais , em companhia de
alguns objetos que de tão asséticos mais parecem fazer parte de algum kit de
cirurgia, mas que não impede, apesar disso, que grupos cada vez maiores de
homens jovens, e menos jovens, se entreguem a estes prazeres livres de
compromissos, de entrega e calor humano que tem caracterizado as relações entre
homem e mulher.
Quando questionados pela sua
preferência confessam-se cansados; exaustos, talvez seja o termo mais correto e
preferem, por isso, pagar a quem se
dedique a dar-lhes prazer e os ajude a
relaxar nem que para isso tenham de gastar uma quantia considerável de yenes . Cada vez aumenta mais o número de
casais que não pratica sexo, os chamados
sexless, e a par disso aumentam as lojas
da especialidade e a prostituição.
Muitos casais preferem mesmo a inseminação artificial ao sexo para produzirem a sua prole e não parecem muito
preocupados com isso; são os novos tempos, dizem.
E os novos tempos parecem ser tempos em que as
mulheres ganharam o seu lugar no mundo do
poder e do dinheiro em que muitas vezes ganham mais do que os homens e isso parece
afetar o macho japonês cada vez mais
afastado da realidade com a ajuda dos seus
artefactos tecnológicos, namoradas virtuais e uma solidão que à primeira
vista lhes parece agradar, mas que revela um vazio existencial que se
repercute, no meu entender, na elevada taxa de suicídios do país.
Claro que tendo o suicídio causas
múltiplas e complexas é redutor encarar a falta de relacionamento humano como a
sua única causa, mas parece plausível que seja um fator determinante.
Muitos jovens do sexo masculino
têm como ideal de vida, uma namorada virtual ou uma qualquer boneca de borracha
de cabelos verdadeiros e seios de silicone que podem manipular a seu bel-prazer
que não exigem prazer logo, não dão
trabalho; passam horas a cuidar da imagem que cada vez é mais efeminada, com
cabelos cuidadosamente esculpidos pelas tendências da moda, pele impecável e
lábios brilhantes, não comem carne e são por isso também apelidados de
herbívoros e pasme-se, dizem-se felizes assim.
Elas, cada vez mais parecidas com as bonecas que inspiraram e que agora lhes
servem de modelo e, tal com eles sempre, impreterivelmente ,online, cada vez
mais, uns e outros, afastados e alheados
de uma realidade da qual fogem por lhes
parecer feia e desinteressante. Não há divertimento sem um capacete de
realidades virtuais, não há sorrisos despreocupados que caracterizam habitualmente
a juventude, estão robotizados.
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