Como entender as mulheres? É impossível. Entender
algo é criar um rótulo para lhe colocar, nomear é já aprisionar, é criar um
espaço confinado e colocar lá o objeto… a mulher está longe de caber em espaços
físicos; a sua alma tem sede de infinito por isso é incompreensível. A natureza,
não contente em lhe entregar todas as emoções que entregou ao homem, incumbiu-a,
ainda, de as misturar todas pelo que a mulher não tem emoções puras, tal como a
tela de um pintor não se pincela de cores puras, mas de matizados de todas as
combinações possíveis: esperança não é esperança pura, trás consigo uns
pozinhos de apreensão, alegria tem diferentes graus e se a mulher puder vivê-la
intensamente vive, mas se isso ferir alguma amiga ela retrai-se porque a
amizade vem primeiro; o amor, ah, o amor! É vivido com medo também… é isso que
faz a mulher complicada ou, dizem alguns, impossível de entender.
Todas as mulheres são estrelas, muitas com medo do
próprio brilho; com medo de ofuscar, encandear e deixarem de ser amadas; se
dissessem : “ Estou aqui, esta sou eu!” e a partir deste núcleo primordial
desabrochassem, tal como a flor que a partir do recetáculo floral, prenhe de
vida, desenvolve as pétalas, ou a lagarta se transforma em borboleta, sem nunca
descurar a essência que a criou… Quem
diz que as mulheres são todas iguais é porque não merece nenhuma… são todas
diferentes, todas belas na sua essência; assim se deixassem florescer…
Há homens que não conseguem amar as mulheres;
amam-se a si próprios e com isso tentam destruir o brilho da sua estrela; se ao
menos soubessem o quanto perdem, o quanto todos perdem… Pois no dia em que não
houver no mundo uma única mulher que não se atreva a brilhar, o mundo será um
lugar bem mais iluminado e os homens percorrerão melhor o seu caminho. No dia
em que deixarem de tentar entender as mulheres, de lhes colocar rótulos ou
compararem-nas umas com as outras; no dia em que as deixarem exalar o seu poder
feminino repleto de vida, nesse dia, tal como a semente fertiliza a terra,
também ela preencherá as lacunas que urge preencher.
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