Desvirtuada, acolhe no seu seio
negros e brancos, homens e mulheres, doutores e caloiros numa amálgama de gente
que, libertando-se de amarras imaginárias, encontra no feliz convívio, de álcool regado, a pausa de responsabilidades ainda não assumidas.
Jaz, Coimbra, trajada e submissa
aos encantos da noite e do som das guitarras coimbrãs; despede-se de um bando
de andorinhas de chilreios estridentes e ocos cujos sons parecem ecoar o
desencanto de quem espera acontecer. Mas nada acontece. E uma vez mais é
preciso bater as asas para poder voar.
Quem a vê ao longe, manto de
viuvez carregada, viúva alegre é certo, mas como viúva que é traz na alma a
angústia que as gargalhadas disfarçam, mas não apagam; acorda solitária e
desfraldada sem o encanto de outras festas de esperança carregadas. Assim, a
luz da manhã intensifica com o seu brilho a decadência do desrespeito a que foi
sujeita; porque te acomodas à tua sorte?
Impõe-te, ergue-te com o teu
orgulho de berço de mentes brilhantes; não deixes que esses bandos te
desvirtuem, te revolvam as entranhas e façam da tua imagem o reflexo daquilo
que são: egoístas, patéticos e mal formados. Sim, porque ter um canudo não é
sinal de caráter.
Ah, andorinhas de capas e
batinas! Não há estrada para caminhar nem céus para desbravar .Vai ser preciso conquistar. Construir um
novo caminho para prosseguir. Onde está a força da vossa pujança? Foi-se com os
gritos das noites e dias sem dormir? Do álcool a rodos? Guardem uma réstia de energia
pois os que por vós lutaram estão cansados e esperam ver compensados os seus
anos de luta. Agora chegou a vossa vez de bater em debandada, seguirem à frente
do bando, cortarem o vento e dizer por onde é o caminho.
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