E é
sempre assim…
quando se
aproxima o fim
chega a
urgência,
querer
possuir o que
aos
poucos, se foi perdendo.
O abraço
é, agora, mais forte,
o aperto
da saudade já desponta no peito
quero, sofregamente,
todas as
nuances da experiência.
Braços
abertos,
suspiros,
e uma lágrima
que, dissimuladamente,
se esgueira
arrastando
muitas mais
nessa
atração inelutável
que
queima e salga os lábios trementes
de quem querendo
partir, quer ficar.
E é
sempre assim…
tal como
o fim de tarde que se esvai,
despedindo-se
do dia…
o pequeno
arbusto,
ladeado
de outros mais robustos,
se
delicia com as últimas gotas de sol
que
deslizam, graciosamente,
numa coreografia
sem ensaios nem deslizes.
Por que
não te vi antes?
Por que
numa passada áspera e firme
passei
por ti condenando-te à inexistência?
E agora
choro?
Agora,
num desespero calado
vejo
,toco e sinto,
aquilo
que existindo sempre
só agora
vejo…
Despeço-me
querendo
tudo levar
num
desejo impossível de concretizar.
E é
sempre assim…
Maria João Varela
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