domingo, 15 de junho de 2014

Correntes de amor

Meus eram os passos,
Meus os sentidos… minha a vontade?
De leves passos,
Alegre fantoche em ocultas mãos confiado;
Que forças me movem para o cadafalso?

Pudera eu fugir, fugia…
Fugir, sinto não querer, poderei fazê-lo?
Desejo ardente, impiedoso destino
Em lágrimas traçado.
Pudera fugir, fugia…
Ignóbil sina, amor inelutável.

Sei ser eu que ando, que corro,
me entrego em abraços e beijos,
Choro, no final, o desalento
de ser barro em mãos de oleiro…
Quisera fugir, fugia…
mas querer não quero
ou querendo não posso?

Serei afinal eu,
Que, inconsciente, me entrego?
Ou apenas serei consciente
Das causas e consequências?
E, hélas! Mais não serei que uma escrava
Que observa a corrente  que a prende
Sem poder fugir à  fatalidade?

Maria João Varela



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