domingo, 1 de julho de 2012

Como atingir os nossos sonhos?




Todos nós temos sonhos. Podem estar escondidos, esquecidos, recalcados no mais profundo do nosso inconsciente, mas estão lá. A verdade é que à medida que vamos amadurecendo a vida “vai-nos ensinando” – dizemos -  que os sonhos quase nunca se realizam. Pelo menos para nós, pois lá vamos vendo alguns que até conseguem.  Os sonhos são essenciais para uma vida digna de ser vivida porque dão energia, entusiasmo, motivação e aquela alegria que rodopia e contagia todos os que se aproximam. Porque é que, então, tantos desistem deles e – pior ainda – fazem os outros desistir ao ridicularizar e inviabilizar os sonhos alheios? Porque é que não os acarinhamos, protegemos e cuidamos como se cuida o bem mais precioso? Pois bem, penso que o mal dos sonhos começa logo no nome, qual alcunha perniciosa que marca à nascença a ferro e fogo o seu proprietário.
Os sonhos, como o próprio nome indica são voláteis, quando acordamos de manhã já não nos lembramos deles, apenas resta uma frágil memória nos minutos que se seguem ao despertar e depois, bem , depois evaporam-se na espuma dos tempos ficando uma ténue e opaca sensação do que outrora fez parte de nós com tanta intensidade. Ora, os sonhos que sonhamos acordados são, muitas vezes, da mesma matéria volátil e fugidia dos sonhos que sonhamos a dormir, mas podem ser diferentes, podem-se materializar, mas têm de mudar de nome; os sonhos que se tornam matéria têm de ser chamados de objetivos , ah! Já não tem a mesma graça, pois não? É que enquanto são sonhos podemos simplesmente falar deles, fazer conjeturas, esquecê-los uns tempos e voltar- mos  a apossar- nos deles, muitas vezes com o sabor amargo da desistência, é certo, mas são muito mais seguros assim ; agora quando são objetivos, bom aí é  preciso ação, comprometimento, e assumir a responsabilidade por eles . É por esta razão que muitos desistem daquilo que mais querem na vida, medo de falhar e indecisão no agir, medo de assumir responsabilidades . Nunca ninguém falhou um sonho, pois não? Quando muito, o sonho não se realizou, descartamos a responsabilidade; já os objetivos podem- se falhar…
Mas a desistência é sempre má conselheira, é a diferença entre viver uma vida significativa ou uma outra em que deambulamos qual folha transportada pelo caprichoso vento das contingências diárias. Com objetivos, vamos para onde queremos, a força duplica, triplica uma, duas, dez vezes; eleva-se ao quadrado, ao cubo, enfim; nada impede uma mente determinada. E agora percebe-se porquê!
Um pouco de neurociência agora para desenjoar: as últimas pesquisas demonstram que o facto de se ter objetivos e estar focado neles além de aumentar exponencialmente a força interior, reduz o medo e a ansiedade. A investigação  surgiu da necessidade de aumentar o número de candidatos aprovados num dos testes mais temidos das forças especiais norte americanas: o teste da piscina, um teste em que os recrutas são sujeitos repetidamente à tentativa dos seus instrutores lhes retirarem o equipamento de mergulho tendo, assim, de controlar o medo de se afogarem. É um teste difícil porque o medo de se afogar é um dos mais difíceis de controlar, por vezes, bons candidatos noutras áreas não conseguem passar esta etapa. Aqui a responsável é a amígdala, uma estrutura do tamanho de uma amêndoa que se situa no lobo temporal do hemisfério cerebral e que é responsável pela  deteção e subsequente reação em cascata  de uma reação de medo. Mas, como descobriram os neurocientistas que pretendiam melhores resultados dos recrutas, é possível minimizar essa reação com o uso de uma outra estrutura, o lobo frontal que é responsável pela tomada de decisões, pensamento racional e movimentos voluntários. Ou seja, o controle do medo pode ser voluntário, mas para isso é preciso 4 passos fundamentais: ter o foco no objetivo que tem de ser claro , visualizar o objetivo a ser concretizado com sucesso, respiração profunda e pausada e controle de pensamentos negativos do género eu não consigo, é muito difícil, etc.
São, então, estes os passos fundamentais para conseguir  que um objetivo tão difícil de ser atingido como controlar  o pânico inato de se afogar, seja concretizado. Não se pede aos recrutas que pensem nos seus sonhos de carreira, status social ou ordenado, isso nada faria por eles; pede-se-lhes que foquem os seus pensamentos nos objetivos a curto prazo  com recurso a visualização e confiança na sua concretização.
Eles, no entanto, não desistiram dos seus sonhos, mas conseguem mais facilmente concretizá-los se lhes chamarem objetivos e derem alguns passos fundamentais para os atingir.
No próximo texto explicarei um pouco melhor como praticar cada um destes passos fundamentais na prossecução dos nossos sonhos- ou objetivos, talvez seja melhor chamá-los assim…

  

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