segunda-feira, 9 de julho de 2012

Será a qualidade tecnológica uma grandeza inversamente proporcional à decadência da sociedade?




O Japão atual cada vez se afasta mais dos ideais e valores dos seus antepassados, dos Samurais com a sua honra, aos bravos heróis que levantaram o país após a segunda guerra mundial; os japoneses parecem querer desistir, entregam as armas, parecem exaustos e esta guerra não é contra um invasor mas contra as sua próprias mulheres.
Os japoneses atuais preferem um canto solitário, numa qualquer loja especializada em sexo virtual e que hoje em dia abundam na capital – Tóquio -  onde dão azo à imaginação e libertam as suas fantasias sexuais , em companhia de alguns objetos que de tão asséticos mais parecem fazer parte de algum kit de cirurgia, mas que não impede, apesar disso, que grupos cada vez maiores de homens jovens, e menos jovens, se entreguem a estes prazeres livres de compromissos, de entrega e calor humano que tem caracterizado as relações entre homem e mulher.
Quando questionados pela sua preferência confessam-se cansados; exaustos, talvez seja o termo mais correto e preferem, por isso, pagar a quem  se dedique a dar-lhes prazer  e os ajude a relaxar nem que para isso tenham de gastar uma quantia considerável  de yenes . Cada vez aumenta mais o número de casais que não pratica sexo,  os chamados sexless,  e a par disso aumentam as lojas da especialidade e a prostituição.  Muitos casais preferem mesmo a inseminação artificial ao sexo para  produzirem a sua prole e não parecem muito preocupados com isso; são os novos tempos, dizem.
 E os novos tempos parecem ser tempos em que as mulheres ganharam o seu  lugar no mundo do poder e do dinheiro em que muitas vezes ganham mais do que os homens e isso parece afetar o macho japonês  cada vez mais afastado da realidade com a ajuda dos  seus  artefactos tecnológicos, namoradas virtuais e uma solidão que à primeira vista lhes parece agradar, mas que revela um vazio existencial que se repercute, no meu entender, na elevada taxa de suicídios do país.
Claro que tendo o suicídio causas múltiplas e complexas é redutor encarar a falta de relacionamento humano como a sua única causa, mas parece plausível que seja um fator determinante.
Muitos jovens do sexo masculino têm como ideal de vida, uma namorada virtual ou uma qualquer boneca de borracha de cabelos verdadeiros e seios de silicone que podem manipular a seu bel-prazer que não exigem prazer  logo, não dão trabalho; passam horas a cuidar da imagem que cada vez é mais efeminada, com cabelos cuidadosamente esculpidos pelas tendências da moda, pele impecável e lábios brilhantes, não comem carne e são por isso também apelidados de herbívoros e pasme-se, dizem-se felizes assim.
Elas, cada vez mais parecidas  com as bonecas que inspiraram e que agora lhes servem de modelo e, tal com eles sempre, impreterivelmente ,online, cada vez mais, uns e outros, afastados e  alheados de uma realidade da qual fogem  por lhes parecer feia e desinteressante. Não há divertimento sem um capacete de realidades virtuais, não há sorrisos despreocupados que caracterizam habitualmente a juventude,  estão robotizados.
Serão os japoneses demasiado esquisitos ou estarão somente uns passos à frente no desenvolvimento tecnológico?  
 Do you have one?


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