sexta-feira, 24 de maio de 2013

Défice de atenção com hiperatividade: simplesmente uma ficção?


Depois do psiquiatra Leon Eisenberg, o americano e  pai da  temível sigla ADHD ( o famoso défice de atenção com hiperatividade) vir dizer pouco antes de morrer- num rasgo de remorso com certeza pelas repercussões nefastas que tem tido uma tal ficção- com a idade de 87 anos que tudo não passava de ficção : “ADHD is a prime example of a fictitious disease” , pergunto: vão os pais continuar nesta loucura coletiva que se tem traduzido nos últimos anos em mais e mais crianças medicadas para o que não passou de um abuso das indústrias farmacêuticas e de alguns profissionais de saúde mental?
Foi-se demasiado longe, a meu ver, no que diz respeito a ter uma criança perfeita: a que se senta direita quando a mandam; responde sempre sim, está penteada, limpa e sei lá que absurdos mais.
Não tem tempo para ser criança com tarefas curriculares e extra curriculares que lhe impõem e que ainda por cima vive continuamente em caixas( a casa, o carro, a escola) quase sem contacto com a natureza, não gasta as suas baterias em atividades físicas e tem- muitas vezes- que “levar” com os desequilíbrios dos pais. Se a tudo isto aliarmos uma dieta pobre em vitaminas e recheada de açucares aqui está a receita certa para a loucura e mau comportamento.
Qual a solução? Ritalina ou outro do género que como diz  o suíço Otfried Höffe presidente  da comissão ética de biomédica : “ o consumo de fármacos alteram o comportamento das crianças sem que elas contribuam para tal” ; ou seja é uma mudança artificial.
Ainda se pode ir a tempo de salvar uma geração do fracasso total pois não é possível que uma geração em que um determinado tipo de comportamento  foi imposto de forma tão radical, artificial e com tantos efeitos secundários possa algum dia vir a ser funcional.
Um estudo da universidade da Califórnia mostra, por exemplo, que as crianças que meditam durante 30 minutos por  dia, duas vezes por semana- durante pelo menos 8 semanas-  melhoram efetivamente a memória, a atenção, além de diminuir a impulsividade e melhorar o estado emocional geral. Além de outras capacidades cognitivas.
Uma solução prática, barata e saudável que está a ser implementada em muitas escolas dos EUA e que espero ver por cá o mais brevemente possível. Assim haja vontade de fazer alguma coisa pelas nossas crianças.
Já o Dalai Lama diz que se acabaria com a violência numa década se as crianças de 8 anos começassem agora a meditar.



Sem comentários:

Enviar um comentário