Gosto de palavras, ditas e pensadas. Gosto de as saborear,
possuir, nelas me deleito, com elas me deito e nunca me cansam. São tantas! Infindáveis.
São tantas que podemos gastar todas as vidas que existem e já existiram que
nunca conseguiremos esgotar as frases que com elas podemos compor.
Mas, muito cuidado. Com elas podemos amar, mas também morrer
e matar. Uma palavra na hora errada pode destruir um sonho, arruinar uma vida,
acabar com a alegria de alguém. Somos tão pouco sensatos com as palavras que
falamos sem pensar e, assim, magoamos, humilhamos e voltamos a falar…
Gosto de palavras doces, que cuidam, enaltecem e nos fazem
felizes, daquelas que aquecem, embalam e rodopiam deixando salpicos de ternura.
Gosto das carinhosas que com toques leves nos acordam de um sonho mau, das que
são ditas com o intuito de libertar.
E as que dizemos a nós próprios? As que repetimos tanto que
com elas nos fundimos passando a acreditar que somos unos com elas e que nada nem ninguém nos pode separar? Mais cuidado ainda! Pensemos e voltemos a pensar antes de nos emaranharmos nas teias, por nós tecidas, de palavras ditas sem pensar.
Sem comentários:
Enviar um comentário