sábado, 28 de setembro de 2013

Tédio

Chuva lá fora, cinza cá dentro. Já não aguento!
Para onde foi a luz, o brilho, o fulgor? Para onde foi o riso, o calor?
Veneno venenoso, tédio tenebroso onde o diabo se instala;
Vai de retro satanás, faíscas e coriscos traz, que é bem melhor!
Que o vento traga consenso e o que o bem-dito casamento
 me dê alento e resfolga deste nada que querer.
Dor de alma sem o ser, sofrimento sem contento
Nem inimigo a valer.

Não é nada, mas aperta.
Que os sentidos estão dormentes e nada lá fora apetece…
Arrastam-se as raízes da terra, não saem mas tentam
Só eu observo e paro. Para tudo e nada brota,
caem as folhas mortas arrastadas pelo vento,
Nem jazigo, nem morte!
Raios partam esta sorte, eu só queria viver
sempre alegre, sempre quente,
sempre de corpo presente, sem nostalgias fingidas.

Quando vens soltar-me os desejos?
Que eu temo ficar-me pelos anseios
e nem ando nem prevejo que possa querer andar,
então, sem mais nada que fazer
solto os dedos sem pensar naquilo que vai sair,
não importa, mas nem morta
quero sentir o bafio do emperro e do vazio.

Tudo vale para o disfarce:
Comer, beber, fazer, seja lá aquilo que for
 tudo o que seja ação e me  liberte do tédio  
ou deste meio viver.

Eu não nasci para isto, viva alegre ou viva triste
quero viver por inteiro! Então ponho-me  a criar
frases e versos à toa na esperança, talvez
que estes versos que lês  te deem algum consolo,
 desse fraco palpitar, desse eterno arrastar
de raízes lamacentas que procuram a saída
ou outra forma de vida, com mil cores e sabores
e sentidos  bem despertos;
frases sentidas, amizades coloridas, eternos amores…



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