quarta-feira, 2 de abril de 2014

Terra Mãe

Dói-me ver como sacam as entranhas da terra, como lhe extraem o sangue, a seiva… Dói- me a ganância, o olhar estreitado de quem põe ao bolso sementes com medo que outro lhe colha os frutos… Dói-me tanto!
A nossa terra é tão bonita, azul, redonda, viva. Matam-na!
Matam-na homens e mulheres de mau íntimo, por egoísmo, ignorância; sei lá!
E nós, por que deixamos? 
Por que fechamos os olhos ao ódio? Ignorância, traição, vingança?
Por que deixamos que  esventrem a nossa mãe? Que lhe acabem com os peixes, as aves, o verde encanto dos pinheiros?
Por que abandonamos quem nos deu vida, terra fértil prenhe de vida? Ela chora e grita por nós…
Por que queremos grandezas, insígnias e glórias? Por que escolhemos a usurpação, quando ela nos dá o pão?
Até quando, mãe; até quando?
Até quando te arrancarão gritos de dor e lágrimas de pranto?

Até quando te abandonaremos à solidão?

Maria João Varela

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