Chegam ao fim as férias e mais um ano de labuta intensa
se aproxima, no entanto, Coimbra ainda cheira a verão: o Mondego e o encanto das ondas suaves nas horas calmas do verão que
finda; a avenida das Tílias, no Botânico, e o frescor aromático que exala
suavizando a maltratada pele pelo verão fervente de calor extremo; as árvores
vivas de pardais com o piar das despedidas.
As universidades enchem-se com as suas andorinhas,
daquelas que começam a chegar , não no início da primavera como as outras, mas
no final do verão, com as suas expectativas em alta e as negras capas
esvoaçando rebeldes. Quem já não os viu com a arrogância própria de quem se
orgulha daquilo que virá a ser? Lá estão
eles com a alegria contrastante e
contagiante de quem, pela primeira vez , arrisca um voo mais afastado das asas
protetoras dos progenitores; em cada recanto enchendo as ruas com os seus
chilreios tão animados quanto ruidosos tendo no bando um refúgio provisório e
alternativo. Parecem reconhecer-se ao longe com os seus uropígios imaculados e
estofados, o passo estugado e o chilreio condizente. Já se sabe é tempo de
aulas.
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