sábado, 14 de setembro de 2013

sussurros de amor

Contou-me o vento que à noitinha,
quando o sol se vai no  jogo do esconde-esconde
e as vozes se calam,
 ouvem-se, por entre o restolhar das folhas dos álamos,
 espigas prateadas que agora dormem,
um rumor de tempos idos quando os amores se cantavam.

Nesses versos rimados,
 ouvem-se  lamentos de amores acabados
 deixando por cumprir promessas de amor eterno
deixando por amar esses desalmados.

 Quando todos dormem,
lamentos sentidos,
angustias profundas se fazem ouvir
 dos que se foram sem amor,
dos que partiram sem partir…

Conta-se que cada lamento
tem em si todos os lamentos
 e que esses sons são melodias
que inspiram os poetas,
que lhes tocam a alma
quando se preparam para compor
transformam-se as lamurias
em canções de amor.

Entram nos poros da alma
 por caminhos imemoriais
feitos de esperanças vãs,
 sonhos de amores  ideais.

Encontram-se, para além da morte,
na busca eterna do amor perdido,
encontros secretos de almas penadas
 alivio  da dor de um amor já ido.

Esbracejam, rodopiam,
 entrelaçam-se por entre as folhagens
 murmurando o desgosto outrora sentido,
 prevenindo outros do desencanto,
de um amor não correspondido.

Quem os ouve, nesses sussurros
de amores proibidos  nos álamos de prata
 ou ama mais forte,  e os vingou
ou quebra-se o feitiço de um amor fingido
de quem podendo nunca amou.



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